Com foco no fortalecimento da indústria paraense e no avanço das discussões sobre uma transição energética justa a partir da Amazônia, uma comitiva da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) participa da Offshore Technology Conference (OTC 2025), considerada o principal evento internacional dos setores de petróleo e gás. A conferência ocorre até o dia 8 de maio, em Houston, no Texas (EUA).
A delegação da FIEPA é liderada pelo seu presidente, Alex Carvalho, e composta por gestores e especialistas da entidade nas áreas de Tecnologia, Inovação, Inteligência de Dados e Internacionalização. “A participação do Pará em um evento dessa magnitude é mais do que estratégica, é necessária. Estamos vivendo um momento decisivo para o futuro da energia no mundo. O Pará, com sua força industrial e riqueza natural, tem todas as condições de liderar esse debate a partir da Amazônia. Queremos que o mundo enxergue o nosso estado como parte da solução e não apenas como cenário dos desafios”, destaca Alex Carvalho.
Impacto Socioeconômico da Margem Equatorial
Em sua apresentação na Conferência, a FIEPA apresentou os ganhos com a possível exploração da Margem Equatorial, área com alto potencial para a produção de petróleo em águas profundas e considerada uma nova fronteira energética estratégica para o país, com potencial para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico de estados como o Pará, Amapá e Maranhão.
Dados do Observatório Nacional da Indústria revelam o potencial impacto da produção de petróleo na Margem Equatorial. Considerando uma produção de 224 mil barris/dia, com preço de US$ 65 por barril e câmbio de R$ 6,00, a projeção anual alcança R$ 31,88 bilhões. No caso do Pará, a estimativa aponta um acréscimo de R$ 23,8 bilhões ao PIB, a geração de mais de 115 mil empregos e o recolhimento de R$ 1,43 bilhão em tributos indiretos.
Além disso, as receitas com royalties para o país, considerando um único bloco explorado, podem variar entre R$ 1,59 bilhão (concessão de 5%) e R$ 4,78 bilhões (partilha de 15%), somando-se ainda valores de participação especial e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Segundo o presidente da FIEPA, “o potencial econômico da Margem Equatorial é evidente, mas o verdadeiro valor está no que isso representa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Estamos falando de transformação social, da interiorização da indústria, da geração de empregos de qualidade e do fortalecimento da soberania energética do Brasil”, destaca Alex Carvalho.
Jornada COP+
Durante a OTC, Alex Carvalho também apresentou a Jornada COP+, iniciativa liderada pela FIEPA que busca conectar ações empresariais à agenda climática global, com foco no protagonismo amazônico. A Jornada COP+ articula instituições, empresas e poder público para impulsionar soluções sustentáveis e gerar oportunidades para a indústria local dentro de uma lógica de transição energética justa.
Pará: liderança industrial na Amazônia
O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Carlos Ledo, também integra a comitiva. O Estado do Pará reúne os melhores índices industriais da Amazônia, com mais de 21 mil indústrias que geram cerca de 234,5 mil empregos diretos. Com um PIB industrial de R$ 66,95 bilhões, o Pará representa 48,5% da economia da Região Norte.
“É uma honra integrar a comitiva da FIEPA e representar o nosso estado na OTC 2025, a maior feira mundial do segmento offshore. O evento é uma vitrine global de inovação, onde estão sendo apresentadas as mais avançadas tecnologias aplicadas ao setor energético. Aqui, temos a oportunidade de conhecer soluções que impulsionam a eficiência operacional, promovem a responsabilidade ambiental e elevam os padrões técnicos da indústria. Nossa presença reforça o compromisso do nosso estado com o desenvolvimento sustentável e com uma inserção cada vez mais ativa no cenário energético internacional”, destacou Carlos Ledo.
Sobre a OTC
Realizada anualmente desde 1969, em Houston (EUA), a Offshore Technology Conference (OTC) é reconhecida como um dos maiores e mais influentes encontros do setor energético mundial. A edição de 2025 reunirá mais de 1.200 expositores e deve atrair mais de 30 mil visitantes, oriundos de 108 países, ao longo de quatro dias de programação. Além de sua relevância para networking e geração de negócios, a OTC promove mais de 450 palestras técnicas, abordando tendências, tecnologias e soluções para o setor de exploração e produção offshore.
Por: Ascom/Fiepa